Serviços tiveram o melhor desempenho desde 2013 e impactaram positivamente no resultado do PIB
Com uma alta de 0,6% no segundo trimestre de 2017, o setor de serviços foi a principal influência no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), segundo análise da Divisão Econômica da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Os dados do PIB foram divulgados nesta sexta-feira, 01 de setembro, pelo IBGE, e mostraram alta de 0,2%, o segundo trimestre seguido com crescimento, já descontados os fatores sazonais.
“O setor de serviços auferiu seu melhor desempenho desde o terceiro trimestre de 2013, também +0,6%”, afirmou Fabio Bentes, economista-chefe da CNC. Segundo Bentes, ainda é cedo para apontar um cenário de crescimento contínuo nos próximos trimestres, mas o setor, que responde por 75% do emprego formal e 73% do valor adicionado aos preços básicos, deve contribuir para uma melhora no cenário a curto e médio prazo.
O comércio também voltou a crescer no período, com uma alta de 1,9%, interrompendo um ciclo de nove trimestres consecutivos de quedas. Dentre as razões para esse crescimento, estão a regeneração parcial das condições de consumo, com geração de postos de trabalho, queda dos juros e da inflação, além da disponibilização de recursos extraordinários para o consumo, como os saques das contas inativas do FGTS.
Com isso, a CNC elevou a sua previsão de crescimento da economia brasileira em 2017, de 0,6% para 0,8%. “Apesar de baixas, as taxas de crescimento deverão ser suficientes para garantir um resultado de leve crescimento da economia brasileira após dois anos de quedas acentuadas do PIB. Mesmo que a economia nada cresça na segunda metade do ano, um cenário pouco provável, os avanços do primeiro semestre já garantiriam uma variação positiva de 0,5% para 2017”, completou Fabio Bentes.
Entraves para o crescimento
O setor agropecuário manteve-se estável no segundo semestre, após a super safra que impulsionou o crescimento do PIB no primeiro trimestre, iniciando a retirada do País da recessão. Já a indústria teve uma queda de 0,5%, após recuo de 0,7% no primeiro trimestre de 2017.
Pela ótica da demanda, o consumo das famílias, que responde por 63% da geração de riquezas do País, registrou alta de 1,4%, a primeira desde os três últimos meses de 2014 (+1,3%). O setor externo também contribuiu positivamente para o resultado do mês, em decorrência do avanço de 0,5% das exportações de bens e serviços, contra uma queda de 3,5% das importações.
Por outro lado, o consumo do governo (-0,9%) e, principalmente os investimentos (-0,7%), afetados pelo baixo nível de confiança do setor produtivo, registraram a 14ª queda consecutiva, se colocando, nesse momento, como o principal obstáculo à retomada sustentável do crescimento, de acordo com a análise da CNC.
Acesse abaixo a análise completa da Divisão Econômica da Confederação.
http://cnc.org.br/sites/default/files/arquivos/nota_pib_2017.pdf