ICF recua 1,9% em abril, devido a fatores como a recuperação lenta da economia, juros altos e desemprego.
A pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostra queda na intenção de consumo das famílias brasileiras de 1,9% no mês de abril. Essa é a segunda queda mensal consecutiva em 2019, após o recuo de 0,4% em março. O estudo apontou variação negativa em todos os subíndices do indicador. A última vez que isso ocorreu foi em julho do ano passado, quando a economia do País ainda se recuperava dos prejuízos causados pela greve dos caminhoneiros.
Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, a performance ainda lenta da economia, os juros e o desemprego têm frustrado o otimismo das famílias para o consumo. “O País passa por uma fase de mudanças e ajustes. A aprovação da reforma da Previdência, nos próximos meses, pode trazer um alento para a economia brasileira”, acredita Tadros.
Os subíndices Momento para Duráveis (-5,8%) e Perspectiva de Consumo (-3,3%) foram os que mais influenciaram a retração no ICF, seguidos pela Perspectiva Profissional (-1,7%) e a avaliação quanto ao Emprego Atual (-1,6%). O resultado da pesquisa da CNC aponta ainda que o ICF chegou a 96,2 pontos, continuando abaixo da zona de satisfação, de 100 pontos. Desde abril de 2015, quando atingiu 102,9 pontos, o ICF não ultrapassa essa marca.
Famílias brasileiras mais cautelosas quanto ao consumo
Para a CNC, a retração no ICF de abril demonstra maior cautela das famílias para consumir diante do aumento dos preços, dos juros altos e do nível de endividamento. Segundo a Confederação, as incertezas de curto prazo quanto aos rumos da economia, em virtude principalmente das dificuldades de melhora no mercado de trabalho, contribuíram para compor um quadro de relativo desânimo entre as famílias brasileiras.
ICF nas regiões
A queda do ICF foi influenciada, sobretudo, pelas famílias localizadas no Sudeste (-3,2%) e Nordeste (-1,7%), regiões brasileiras mais populosas e bastante atingidas pelo desemprego. Já a região Norte foi a única a revelar aumento da intenção de compra (+2,5%).
A intenção de consumo das famílias do Sul (102,7 pontos) e do Norte (100,3) ainda se encontra na zona de satisfação, acima dos 100 pontos, já Sudeste e Centro-Oeste estão no mesmo padrão de insatisfação (94,7 pontos), seguidos pelo Nordeste (96,2 pontos).
Acesse no link, a análise da intenção de consumo das famílias.
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