Laboratório brasileiro vai mandar células-tronco para o espaço

Não é de hoje que empresas buscam inovações no exterior. Mas ainda são poucas as que vão ao espaço à procura de descobertas. O laboratório R-Crio, especializado em isolamento, processamento e armazenamento de células-tronco, está entre as exceções. De sua base no Kennedy Space Center, na Flórida (EUA), a start-up paulista enviará de foguete, em 2024, uma amostra de células para testes no ambiente de microgravidade da Estação Espacial Internacional, conta o fundador do negócio, José Ricardo Muniz Ferreira. A iniciativa é parte de estudos sobre o processo de envelhecimento celular realizados em parceria com a Universidade da Flórida.

A R-Crio lançou operações de franchising em junho, embora já tivesse duas unidades franqueadas em formato-piloto. Pelo modelo, os franqueados – médicos ou dentistas – coletam células-tronco de dentes de leite, do céu da boca ou da gordura retirada em lipoaspirações de clientes. As células são processadas e armazenadas a -196 ºC em nitrogênio líquido na sede da R-Crio em Campinas (SP).

Os clientes pagam R$ 8.900 para a coleta das células e uma taxa anual de R$ 890 pelo armazenamento. O objetivo é, se necessário no futuro, usar as células-tronco, capazes de se transformar em diferentes tecidos do corpo humano, para tratamentos de doenças degenerativas e de processos inflamatórios causados, por exemplo, por acidentes vasculares encefálicos. Regulados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os procedimentos serão possíveis quando passarem da fase experimental e ganharem registro como medicamentos biológicos.

A R-Crio está investindo US$ 500 mil em cinco anos em aliança com a Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem) com contrapartida de mais US$ 2 milhões do governo canadense, numa parceria com a Universidade Laval, no Canadá, para promover pesquisas com células-tronco para terapias de degeneração óssea e vascular. Se bem-sucedidas, podem render contratos com a indústria farmacêutica. “Temos negociações em andamento e acordos de confidencialidade com empresas bastante interessadas em novos tratamentos”, diz Ferreira.

No Brasil, a startup vem trabalhando no desenvolvimento de terapias baseadas em células-tronco em parceria com indústria farmacêutica e universidades como USP e Unicamp para busca de medicamentos para regeneração do tecido ósseo e da córnea, tratamento da dor articular em osteoartrites e desenvolvimento de novos materiais biológicos utilizados no processo de introdução das células no organismo.

Fonte: globo.com

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