O desenvolvimento de competências gerenciais nos pequenos negócios que operam na modalidade franquia empresarial, ou seja, na condição de franqueados, deve necessariamente orientar-se por soluções e instrumentos que amenizem os principais gargalos e problemas que afetam esses empreendimentos e considerar o nível de escolaridade, isto é, a capacidade de escrita (letramento) e matemática (numeramento) do público-alvo atendido pelos instrumentos mobilizadores disponibilizados pelos franqueadores, tais como informações técnicas, cursos, consultoria em gestão nas áreas de planejamento, produção, mercado, marketing, finanças, recursos humanos, atendimento ao cliente, dentre outras áreas de conhecimento relacionadas com gestão de negócios.
Pesquisas realizadas pelo Instituto Paulo Montenegro/IBOPE – INAF/BRASIL, em 2018, demonstram que grande parte dos brasileiros, em torno de 29% entre 15 e 64 anos, que estudaram até a 4ª série do ensino fundamental atinge no máximo o grau rudimentar de alfabetismo, quer dizer, localizam somente informações explícitas em textos curtos e efetuam operações matemáticas simples, mas não compreendem textos mais longos nem definem estratégias de cálculo para resolução de problemas.
Segundo o Instituto Paulo Montenegro, apenas 45% dos entrevistados que chegaram ao ensino médio situam-se nos dois níveis mais altos das escalas de Alfabetismo do INAF (Indicador de Alfabetismo Funcional), sendo considerados funcionalmente alfabetizados, demostrando que o fato de terem frequentado escola não assegura que tenham suficientes habilidades para fazer uso da leitura e da escrita em diferentes contextos da vida cotidiana.
Os analfabetos funcionais – equivalentes, em 2018, a cerca de três em cada dez brasileiros – têm muita dificuldade para fazer uso da leitura, da escrita e das operações matemáticas em situações da vida cotidiana, como reconhecer informações em um cartaz ou folheto ou ainda fazer operações aritméticas simples com valores de grandeza superior às centenas.
PIRÂMIDES EMPRESARIAL, OCUPACIONAL E EDUCACIONAL
Os números apresentados pelo estudo Análise Situacional dos Indicadores das Pirâmides Empresarial, Ocupacional e Educacional no Brasil, desenvolvido pelo Centro de Estudos e Pesquisas de Mercado da Asbraf (Associação Brasileira de Franqueados), revelam um diagnóstico bastante preocupante quanto ao elevado índice de evasão escolar nos três níveis de ensino: Ensino Fundamental, Ensino Médio e Ensino Superior.
As taxas de evasão escolar, considerando-se as matrículas, em 2017, nos ensinos fundamental e médio e, em 2016, no ensino superior, demonstram que 71%, o que representa 19.417.696 dos alunos matriculados no ensino fundamental, não ingressaram no Ensino Médio. Dos alunos matriculados no ensino médio, 6.760.935 (85,25% do total de alunos) não atingiram o ensino superior, o que indica que somente 1.169.449 alunos (14,74% do total matriculados no ensino médio), ingressaram no ensino superior.
Os números indicam que milhões de jovens e adultos ficam à margem do sistema educacional brasileiro. Um processo seletivo afunilado, alicerçado nas desigualdades sociais e na necessidade de sobrevivência dificulta as oportunidades de negócios e o acesso desse contingente de pessoas a ocupações e empregos. O baixo nível de escolaridade, representado por insuficientes anos de estudos, impede uma formação adequada, com a consequente falta de conhecimentos e habilidades para gerir um negócio, principalmente no modelo franquia empresarial, que requer do gestor de uma unidade franqueada, realizações padronizadas de processos de trabalhos, rotinas, procedimentos, tarefas e operações que integram o formato idealizado e desenvolvido pelo franqueador.
A quantidade de pessoas com baixo nível de escolaridade, que ficam à margem do sistema educacional brasileiro, e a expressiva absorção desse contingente pelas micro e pequenas empresas, reforçam a necessidade de que empresas franqueadoras desenvolvam mecanismos e instrumentos instrucionais e didáticos que amenizem os problemas provocados pela evasão escolar, cujos efeitos repercutem diretamente nos processos de transferência de conhecimentos e habilidades, ou seja, no desenvolvimento das competências básicas requeridas para que empreendedores e empresários franqueados gerenciem suas atividades profissionais e seus negócios com mais competência, segurança e equilíbrio.
O conhecimento do Indicador de Alfabetismo Funcional – INAF por parte dos gestores, coordenadores, técnicos, supervisores de campo das franqueadoras, responsáveis pela realização dos processos de atendimento às redes franqueadas, sobretudo da nova tendência denominada microfranquia, é fator crítico de sucesso para a implementação de programas de apoio e orientação continuada com foco na sustentabilidade e competitividade de empreendimentos e negócios que atuam no Sistema de Franchising brasileiro.
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