Participação das mulheres no segmento de franquias chega a 57%

No entanto, elas ainda ocupam menos de um terço do total dos cargos de chefia

As mulheres já são seis em cada dez pessoas que atuam nas franquias espalhadas pelo país. É o que mostra o estudo da Associação Brasileira de Franchising (ABF). A participação delas no mercado é de 57% – o que representa um aumento de 11 pontos percentuais em comparação com 2015. As mulheres também passaram a ser maioria nos postos de trabalho nas operações franqueadas, subindo de 48% para 51% no período analisado.

“Nas franquias, os processos, a marca e os padrões de produtos e serviços já vêm estabelecidos pela franqueadora e já são conhecidos pelos clientes, o que acelera a inserção do novo negócio no mercado. Assim, as franqueadas já nascem inseridas em uma rede de trocas, diminuindo a curva de aprendizagem”, completou.

A pesquisa notou ainda um crescimento da presença feminina nos cargos de liderança, passando de 19% (2015) para 29% (2024) e identificou uma queda de 22% para 7% no total de mulheres que trabalham nas franqueadoras e têm algum vínculo familiar com os sócios. Além disso, o percentual de franquias que buscam ampliar o espaço para o público feminino na liderança mais que dobrou. Em 2015, essas empresas representavam 29% do universo de franquias, saltando para 63% neste ano. Metade das empresas franqueadoras (50,1%) também afirmou promover ações voltadas a promover diversidade de gênero em cargos de liderança, contra 7,2%, em 2015.

Georgia Nunes ainda apontou o que deve ser feito para que as mulheres também sejam maioria nos cargos de chefia. “Em primeiro lugar, é necessária a tomada de consciência sobre os obstáculos culturais que as mulheres enfrentam na hora de empreender. Em segundo lugar, agir deliberadamente como indivíduos e sociedade para removê-los. No nível empresarial das franquias, pode-se atuar com políticas de diversidade e inclusão, as quais não só levarão mais mulheres aos cargos de chefia, mas também resultarão em mais inovação, já que a diversidade de pessoas e, consequentemente, de ideias, é a mãe da inovação”, afirmou.

A analista de Competitividade do Sebrae, Karen Sitta, apontou o motivo pelo qual elas estão ocupando mais este espaço nas franquias.

Para muitas empreendedoras, a franquia é a porta para o acesso ao empreendedorismo, ou seja, da conquista do próprio negócio. As franquias já chegam como um modelo que traz estrutura e organização para quem ainda não empreendeu.
– Karen Sitta, analista de Competitividade do Sebrae

Karen Sitta apontou a maior escolaridade das mulheres como um dos fatores que estão levando mais empreendedoras para este segmento. “Existe um movimento de crescimento de mulheres com ensino superior no empreendedorismo, o que pode indicar maior preparo formal para gerenciar seu próprio negócio ou, ainda, uma escolha devido às barreiras que elas conhecidamente enfrentam no mercado de trabalho”, disse.

A analista de competitividade do Sebrae elencou três dicas para as mulheres que estão pensando em investir em franquias:

1- Autoanálise
Avalie o que gosta de fazer, capacidade financeira disponível, segmento de preferência. Conheça também os formatos de franquias existentes e a disponibilidade de mercado na sua região.

2- Saúde financeira da franquia
Verifique se o modelo de negócio foi testado, se ele apresenta uma tendência de mercado, modismo ou já está consolidado. Se a franqueadora disponibiliza suporte e treinamento e se garante a seus franqueados a viabilidade do seu plano de negócios.

3- Troca de experiências
Conheça e converse com outros franqueados. Forme sua opinião! Tire dúvidas! Conheça outras franquias e compare pelo menos três marcas. Não faça nada sozinha. Procure ajuda de especialistas e busque orientação dos consultores do Sebrae.

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