Do sucesso à reinvenção: saiba o que aconteceu com a Los Paleteros

Desde o lançamento, a Los Paleteros atraiu muitos às lojas em busca de paletas — picolés recheados com inspiração mexicana. Com o tempo, porém, a novidade esfriou, as lojas fecharam e os produtos foram parar em freezers de outros comércios. Após sucesso inicial, marca de paletas fechou mais de 100 franquias.

O que aconteceu?

Com o sucesso, vieram as cópias e a concorrência aumentou. Tentando surfar na onda positiva das paletas, outras empresas começaram a vender produtos semelhantes. Em 2015, existiam mais de 2.000 lojas replicando o modelo, segundo os fundadores pontuam no YouTube da Los Paleteros.

Essas cópias saturaram o modelo de negócio e derrubaram a qualidade do produto. Segundo os donos, as concorrentes não mantiveram o nível de excelência do produto, o que, com a conjuntura econômica da época, fez com que o negócio entrasse em crise.

A novidade não virou hábito de consumo; as pessoas só queriam experimentar. Para Diego Oliveira, professor de Marketing, Mídias e Inovação da ESPM, a crise também esteve relacionada à forma como os consumidores viam as paletas: como uma experiência pontual, e não contínua.

Com toda essa conjuntura, mais de 100 lojas fecharam as portas. Ao fim dos contratos de franquia, que duravam de três a cinco anos, os negócios não foram renovados. No auge do empreendimento, em 2015, havia 113 pontos de venda exclusivos da Los Paleteros pelo Brasil. Hoje, restam quatro.

A marca precisou se reinventar

Marca passou a investir em pontos de venda em comércios, com freezers. Para superar a baixa, os fundadores investiram em um novo modelo de negócios, baseado em freezers com paletas espalhados por revendedores. Hoje, 80% das vendas vêm de freezers localizados no Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina.

Empreendedores interessados podem usar freezers emprestados pela marca, sem custos, e comprar paletas para revenda. Outra opção é a compra de freezers, equipamentos de logística e paletas para a distribuição — casos em que o valor é personalizado.

Como está a Los Paleteros hoje?

Restaram quatro lojas da marca no país — duas no Paraná e duas no Rio de Janeiro. Nestes locais ainda é possível encontrar unidades exclusivas Los Paleteros. Elas, em conjunto com as revendas em eventos, são responsáveis por 20% do total.

A fábrica produz em média 60 mil paletas por mês. Todas as paletas da marca são feitas em uma fábrica própria em Barracão, Paraná. Além disso, no verão, a produção chega a bater 130 mil.

A expectativa é retomar ao patamar pré-pandemia nos próximos 2 anos. Como muitos negócios, a Los Paleteros foi impactada pela pandemia, período no qual encolheu. Agora, a meta é recuperar o faturamento anterior à crise sanitária, com o lançamento de novos produtos e foco em expansão.

Em janeiro de 2023, a empresa faturou R$ 2 milhões. Segundo a empresa, esse número é uma aproximação, já que, devido ao modelo de negócios baseado na revenda, não é possível saber o valor exato.

Qual a história da marca?

Foi criada em 2012, por Gean Chu e Gilberto Verona. Por ter família no México, Verona teve a ideia de criar um novo modelo de picolé inspirado nas paletas mexicanas — sorvetes de palito quadrados e maiores que os brasileiros.

A Los Paleteros diz ter introduzido o conceito de paletas no Brasil. Verona ressalta, contudo, que a semelhança com o modelo mexicano se restringe ao nome e ao formato dos picolés, sendo os recheios e ingredientes diferentes.

A novidade provocou frenesi, mas isso não se sustentou. Entre 2014 e 2015, a empresa chegou a vender 800 mil paletas e faturar R$ 8 milhões em um mês. Verona destaca, porém, que esses valores variavam mensalmente, devido à sazonalidade do produto — mais vendido no verão.

O modelo de negócio era baseado em franquias. Em 2015, das 113 unidades da marca, 101 eram franqueadas e 12 próprias. Os pontos de vendas estavam espalhados pelo sul, sudeste, centro-oeste e nordeste do Brasil.

Acredito que todas as empresas, mesmo aquelas em crescimento, devem ter em mente estratégias de renovação e a possibilidade de novos caminhos para seguirem fortes

Gilberto Verona, um dos criadores da marca

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