Analisando natureza, onde é comum a vida em grupo, o biólogo Professor Dr. Craig Packer, do Departamento de Ecologia University of Minnesota`s, EUA, observou o comportamento frequente dos animais de caçar em grupo.
Por outro lado, os animais da cadeia alimentar inferior, também buscam viver em bando como estratégia de segurança, que o Prof. Dr. Craig denomina de “Efeito Diluição”. Diz ele: “Um predador só consegue matar um, e se há cem da mesma espécie isso reduz as chances de cada um deles ser pego para 1%. Mas se você estiver sozinho você será escolhido 100% das vezes.”
Além do “Efeito Diluição”, a vida em grupo também aumenta as chances de defesa e, não raro, é possível afugentar o predador, fato que, isoladamente seria muito difícil para a caça.
Não raro o empresário que está diante de um desafio busca incansavelmente se defender, mas ao perceber que suas forças são insuficientes, retrai-se desolado.
Opa, eu falei “empresário” no singular? Talvez não seria essa a razão dele não obter êxito em sua defesa?
Imaginem um grupo de predadores atacando uma caça que está isolada, qual seria sua chance de vida? Pensemos também no inverso, um predador isolado, atacando a caça que está em bando, qual seria a chance de vida da caça, diante da possibilidade de contra-ataque do grupo?
O empresário isolado é uma caça frágil e fácil de ser abatida. Não importa o seu poder econômico, sozinho, certamente a sua dificuldade de enfrentar o mercado, que sabidamente é um predador, torna-se muito elevada.
É por isso que, franqueando o know how da natureza, surgem as associações, agremiações, entidades de classe etc., pois nelas é possível somar as forças e obter resistência suficiente para se manter vivo.
Mas de que adianta essas associações, se o empresário não se integrar a elas? Quanto maior o bando, quanto mais animais ele possuir, maior será sua resistência. Da mesma forma, quanto maior a associação, quanto mais associados possuir, também maior será seu poder de defesa da classe que representa.
Na natureza, o predador usa a força física para retirar uma presa do grupo, ou impedir que ela se agrupe. Diferente do que acontece na natureza, na vida humana o predador se utiliza de sua capacidade de persuasão e até coação moral para convencer sua presa de que, caso de agrupe, será abatida.
Pois é justamente neste momento que a presa deve destemidamente buscar o fortalecimento de seu bando, juntando-se a ele, não necessariamente para contra-atacar, mas sim, para conquistar o direito ao respeito.
E neste contexto, surgem entidades como a Câmara de Dirigentes Lojistas – CDL, na representação dos interesses dos empresários varejistas e a ASBRAF, Associação Brasileira dos Franqueados, cujo foco está voltado essencialmente na defesa dos direitos e garantias dos empresários franqueados no Brasil.
Enquanto o empresário se deixar seduzir ou intimidar pela idéia de que não deve se associar ao seu grupo, certamente continuará mantendo a decisão do seu futuro nas mãos de terceiros que, por vezes, quando sentir fome, não terá menor pudor em abatê-lo.
Dijalma Mazali Alves
Diretor Jurídico da CDL-Campo Grande – MS.
Diretor Regional – MS da ASBRAF – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE FRANQUEADOS.