Responsáveis pelo índice dizem esperar que as pequenas e médias empresas do Brasil mantenham a tendência recente de crescimento no segundo semestre
O faturamento das pequenas e médias empresas (PMEs) no primeiro semestre de 2024 apresentou crescimento acumulado de 4,3% frente ao mesmo período do ano anterior. O bom desempenho, especialmente no segundo trimestre, foi puxado pela Indústria e pela retomada do Comércio, mostram os dados do Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs).
No segundo trimestre de 2024, o crescimento foi de 5,2% em relação ao mesmo período de 2023, segundo o índice, que funciona como termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$ 50 milhões anuais. São monitoradas 701 atividades econômicas, componentes de quatro grandes setores: comércio, indústria, infraestrutura e serviços.
A favor das PMEs da Indústria, que tiveram avanço de 11,9% no segundo trimestre, esteve o aumento da demanda doméstica e o alívio da inflação ao produtor (IPA-FGV), que registrava deflação até maio (-1,7% no acumulado em 12 meses). Com isso, 18 de 22 atividades do setor continuaram apresentando melhora.
Outro destaque no último trimestre foi a recuperação das PMEs do Comércio, que registraram expansão de 4,6% na comparação com o segundo trimestre de 2023.
De acordo com Felipe Beraldi, economista e gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, plataforma de gestão (ERP) na nuvem, as PMEs se beneficiaram da evolução da renda das famílias, graças à força do mercado de trabalho e de políticas governamentais de expansão de renda. Entra na conta ainda o ciclo recente de cortes da Selic, entre agosto passado e maio deste ano.
Em Serviços, apesar do resultado ainda positivo no segundo trimestre (+0,6% na comparação anual), começam a aparecer sinais de desaceleração. “Ainda que o avanço da renda sustente o setor, a perda de confiança recente dos agentes econômicos pode ter prejudicado o faturamento de algumas áreas”, comenta Beraldi.
Na divisão por regiões, o IODE-PMEs avançou na regiões Sudeste (alta anual de 2,2%) e Nordeste (+9,5%). Nas regiões Centro-Oeste e Norte, houve retração no período (-2,2% e -9,5%, respectivamente).
O Sul também avançou 5,6%. Especificamente no Rio Grande do Sul, houve expansão de 9,7% no faturamento em junho, em comparação com maio. A queda em maio foi de 10%, e o avanço em junho indica o início da recuperação do setor. Já em relação a média do primeiro quadrimestre do ano, o setor retraiu 2,7% no período.
“No período de janeiro a abril, antes das inundações, o índice também indicava que o mercado local de PMEs seguia trajetória de expansão, com alta de 8,6% no faturamento em comparação aos mesmos meses do ano anterior”, comenta.
Os responsáveis pelo índice dizem esperar que as PMEs mantenham a tendência recente de crescimento no segundo semestre e encerrem 2024 com faturamento 4,3% maior ante 2023. Para 2025, a expectativa é alta de 2%, aposta mais contida e alinhada com as previsões para o PIB brasileiro.