Thais e Vinicius Ramos foram da depilação ao botox e empreenderam com a rede Plena Face. No primeiro ano como franquia, marca faturou R$ 3 milhões
Toda a experiência adquirida ao longo de 14 anos como máster-franqueados paulista da rede espanhola Não + Pelo foi um motor para que o casal Vinicius e Thais Ramos, de 46 e 41 anos, respectivamente, apostassem na criação de uma marca própria no segmento de estética, a Plena Face, em 2020. Hoje, já são cinco unidades em funcionamento, com um faturamento estimado em R$ 3 milhões em 2023.
Vinicius começou a empreender cedo, ainda aos 18 anos, e acabou se especializando no setor de festas e eventos. Ele conta que a ideia de empreender com franquias partiu de sua esposa e sócia, Thais, que à época trabalhava em uma multinacional. Ela soube da intenção da marca espanhola em aportar no Brasil e se interessou. “Eu a incentivei muito e acabei empreendendo junto com ela”, diz. Hoje, a Não + Pelo tem mais de 200 unidades em operação no Brasil, sendo 63 no estado de São Paulo.
Como máster-franqueado, o casal pode abrir as próprias unidades e vender franquias para outros empreendedores, dentro do raio de atuação acordado com a franqueadora. No entanto, eles sentiram a necessidade de criar algo com a própria assinatura, baseados no conhecimento que adquiriram sobre o mercado de estética e franquias. Atualmente, Vinicius faz parte da comissão de ética da Associação Brasileira de Franchising (ABF). “Sempre fui muito incentivado por outros empreendedores a trilhar esse voo solo”, diz.
Durante as pesquisas, eles perceberam o crescimento do mercado de estética facial, sobretudo de procedimentos como a toxina botulínica, popularmente conhecida como botox. “Vimos que poderíamos usar o mesmo que aprendemos com a introdução da depilação, com a Não + Pelo, para nos diferenciarmos”, conta.
De fato, o segmento de harmonização facial ganhou uma gama de marcas de franquia nos últimos anos. Uma das portas para esse crescimento foi uma resolução do Conselho Federal de Odontologia (CFO), de 2019, que passou a reconhecer a harmonização orofacial como atividade odontológica.
Nessa esteira, surgiram marcas como a Royal Face, que passou a fazer parte da holding SMZTO, de José Carlos Semenzato, Face Unic, Botocenter e Face Doctor, por exemplo. Outros nomes famosos, como João Appolinário, também investiram no setor. A alta na demanda tem inspirado até redes de nichos próximos a testar o botox, como a Espaçolaser.
O segmento de Saúde, Beleza e Bem-Estar foi um dos que mais cresceram dentro do franchising brasileiro no terceiro trimestre de 2023, com um faturamento de R$ 14,2 bilhões — 13,7% a mais em relação ao mesmo período no ano anterior, segundo a ABF.
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Vinicius diz que sua preocupação foi diferenciar o negócio pela qualidade da entrega do serviço, na ponta. Com o tíquete médio entre R$ 1,8 mil e R$ 2 mil, o empreendedor afirma que a ideia não é “popularizar” o serviço, mas atrair pela “democratização”, com parcelamento em até 12 vezes – a forma de pagamento também é adotada por outras redes do mercado. “Não queremos que o cliente opte pelo preço sem enxergar o diferencial”, conta. Hoje, 80% do faturamento da Plena Face vem dos serviços toxina botulínica, preenchedores e bioestimuladores.
A primeira unidade própria da Plena Face abriria as portas no início de 2020, mas o casal precisou segurar o investimento até o meio do ano, quando as restrições impostas pela pandemia de covid-19 começaram a arrefecer. “Fomos pilotando o processo e organizando todo o modelo de negócio”, conta. Em 2021, a primeira franquia piloto abriu as portas para testar se o modelo desenhado daria certo, em um acordo pré-acertado com o franqueado.