Seminário apresentou cenários do Ipea para 2019 a 2031 na macroeconomia

A unidade do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) no Rio de Janeiro recebeu nesta quarta-feira, 4, o seminário Cenários Macroeconômicos para o Período de 2019 a 2031. Representantes do Ipea, do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, do IBGE, do BNDES e da FGV debateram os cenários elaborados pelo instituto para o documento Estratégia Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, que visa definir prioridades e propor soluções para o crescimento sustentado e duradouro do país, independentemente da política que venha a ser adotada nos próximos anos.

O diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, José Ronaldo de Souza Jr, criticou o hábito brasileiro de só discutir o curto prazo e falou sobre a baixa produtividade no Brasil. “Quanto a nossa produtividade cresceu no período de 1980 a 2016? Praticamente zero. A gente ficou praticamente estagnado nesse período como um todo. É um número muito chocante. São muitos anos em que não avançamos em questão de produtividade”, afirmou. Para ele, apenas num cenário “transformador”, com reformas mais profundas, especialmente microeconômicas, com foco no aumento da produtividade, o PIB poderia crescer ao ritmo de 3,9% ao ano de 2019 a 2031.

Rubens Cysne, diretor da Escola Brasileira de Economia e Finanças (EPGE/FGV), analisou os números da dívida líquida e concluiu: “Hoje em dia, é muito importante que a nossa população entenda que estamos vindo de uma trajetória, os dados mostram onde há uma correlação negativa entre dívida líquida sobre PIB e superávit primário. É uma trajetória dinamicamente inconsistente e que precisará ser revertida. Ela poderá ser revertida de forma trabalhada ou de forma planejada”.

Por sua vez, o superintendente da Área de Planejamento e Pesquisa do BNDES, Fabio Giambiagi, disse que sentiu falta de um cenário negativo na apresentação do Ipea. Segundo ele, há um “completo divórcio”, nos debates no Brasil, entre política e economia. “Somos duas paralelas que não se encontram sequer no infinito.” A mesa de abertura contou a presença dos presidentes do Ipea, Ernesto Lozardo, e do IBGE, Roberto Olinto. Lozardo destacou a importância do instituto no apoio às políticas públicas governamentais e acrescentou que “é um dever nacional pensar o futuro”.

Em seguida, o diretor de Governo e Infraestrutura do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Marcos Ferrari, falou sobre as parcerias que o Ipea e o BNDES vão implementar para, segundo ele, fortalecer o ativo que o instituto tem a oferecer, “com sua boa, ampla e conhecida capacidade intelectual”. Ferrari afirmou que todos os parceiros do projeto Estratégia Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social se reuniram a fim de produzir um documento inicial para convidar a sociedade a discutir um tema relevante. E enfatizou a importância do esforço de coordenação. “Temos 75 planos setoriais, mas eles não conversam um com o outro”, lamentou.

“Temos planos, mas falta coordenação, esse é o grande desafio”, concordou o secretário de Planejamento e Assuntos Econômicos do Ministério do Planejamento, Julio Alexandre. Ele explicou que “uma parte dessa coordenação são as projeções macroeconômicas que o Ipea fez” e enfatizou que é hora de eleger as prioridades nas despesas. Por fim, alertou que, independentemente de quem assumir a Presidência da República em 2019, “é preciso ter clareza da necessidade de resolver o desafio fiscal”.

As diretrizes da Estratégia Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social foram delineadas pelo grupo de trabalho composto pelo Ipea, Ministério do Planejamento, IBGE e BNDES. Desde que o documento foi aberto a consulta pública, em 11 de junho, foram recebidos 71 comentários, sendo 32 propostas de adição de atributos, 23 propostas de modificação e 17 de exclusão. Até o dia 15 de agosto de 2018, a consulta pública segue disponível.

Fonte: http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=33740&catid=3&Itemid=3

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