O valor de fechamentos de unidades de marcas associadas à entidade no ano passado foi de 6,4%, superior ao ano de 2023, que registrou 5,9%.
O setor de franquias brasileiro faturou mais de R$ 270 bilhões em 2024, segundo a ABF (Associação Brasileira de Franchising). Apesar dos números, ainda nos deparamos com problemas críticos – o valor de fechamentos de unidades de marcas associadas à entidade no ano passado foi de 6,4%, superior ao ano de 2023, que registrou 5,9%. O paradoxo entre crescimento expressivo e mortalidade de lojas ganhando espaço motiva a reflexão sobre os fatores que levam as redes em expansão a não se sustentarem.
Uma das principais explicações é a expansão acelerada sem estrutura. Muitas redes apostam em crescimento rápido, mas sem um planejamento e nem capital de giro suficiente. A escassez de recursos, aliada ao planejamento falho, é uma das principais causas de falência de marcas.
A seleção inadequada dos investidores também é um problema sério. O perfil de franqueados sem experiência no ramo e a inexperiência de quem formatou a franquia influenciam diretamente o desempenho. Muitas redes lançam o modelo sem operar lojas próprias antes, ou o fazem sem validar estruturalmente o negócio. Sem preparação e curadoria de franqueados, o suporte se mostra insuficiente e a rede fica fragilizada.
Outro elemento que contribui para essa taxa de falência são erros com ponto de venda e mercado. Localização inadequada é um problema muito comum. É crucial investir em planejamento, estrutura operacional, seleção criteriosa de franqueados, suporte contínuo e escolha assertiva de ponto. Crescer demais sem essas bases torna a rede vulnerável . É preciso criar um equilíbrio entre a ambição de ser o maior e a solidez de ser o melhor.
Erlon Labatut
Especialista em varejo e consultor de franquias credenciado pelo Sebra
Fonte: Liberal