Dívida de micro e pequenas vai a R$ 126 bilhões e bate recorde

Micro e pequenas

São 6,5 milhões de CNPJs negativados; cada um tem 7 contratos atrasados, em média

O ponto da Caixote Móveis, loja de móveis e marcenaria, foi devolvido em julho, mas o empresário não pode fechar a empresa, que continua a aceitar encomendas, enquanto todas as dívidas não forem pagas. Além do empréstimo para a abertura, a falta de capital também resultou em outras dívidas, relativas ao pagamento de ex-funcionários e fornecedores, ao alugue, a impostos e a serviços de água e luz, que somam R$ 70 mil.

Os números fazem parte do Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian, obtido pela Folha em primeira mão.

Para o economista da Serasa Experian Luís Rabi, o cenário das MPEs é grave e foi causado por três fatores. O primeiro é a inadimplência dos consumidores. O segundo é o fraco crescimento econômico. E o terceiro é a alta taxa de juros. O economista também alerta sobre a dificuldade do micro e pequeno empresário para refinanciar ou renegociar as dívidas, o que acaba levando à inadimplência. “É importante tentar manter essas empresas vivas, para gerarem empregos. Evitar o estado de insolvência. A solução é negociar, seja com credores, seja na Justiça”, diz o economista.

A expectativa da Serasa é que haja uma melhora no indicador durante o segundo semestre, mesmo que não haja novas reduções na taxa de juros, porque a inadimplência do consumidor está em queda.

Segundo o advogado Elias Mubarak Junior, que trabalha com mediação entre empresas credoras e devedoras, os pequenos empresários costumam ser menos informados. Mas a legislação já tem instrumentos que permitem a negociação para evitar falências ou mesmo um processo de recuperação judicial, que tem alto custo para empresas pequenas.

Faltam alguns meses para o empreendedor Leonardo Gomes terminar de pagar a renegociação do empréstimo inicial, mas ainda há as outras contas em atraso. O empreendedor estima que em mais três ou quatro anos termine de pagar todas as pendências. “Estou refém da dívida. Meu desafio agora é tentar reduzir o máximo possível o prazo de pagamento e rastejar financeiramente por menos tempo. Assim que conseguir pagar, pretendo fechar”, diz Gomes. O empreendedor, que tinha cinco funcionários, ainda não sabe se no futuro tentará abrir outra empresa.

Fonte: Folha de S.Paulo

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