CEO da Chilli Beans comenta pedidos de recuperação judicial: “Não fez lição de casa”

Caito Maia comemora boa fase e afirma que vai encerrar 2024 com mais 180 novas lojas abertas

Descrever o CEO e fundador da marca de óculos escuros Chilli Beans como um rockstar já virou quase um lugar-comum. Mas fica difícil fugir do chavão, já que Caito Maia tem a atitude de uma estrela da música: a fala é arrojada e a atitude é rebelde, mesmo quando ele fala sério.

“Meu amor, é muito delicado falar disso. Durante a guerra, que foi a pandemia, você tinha que fazer algumas lições de casa. Quem não fez, se f…”, responde ele, sem rodeios, ao ser questionado sobre as grandes marcas que pediram recuperação judicial no Brasil, como a Starbucks, Casa do Pão de Queijo e a Polishop. Essa última é comandada pelo empresário João Appolinário, que foi colega de Maia no reality Shark Tank.

O empresário elenca quais lições de casa são essas, que lhe renderam a previsão de mais 180 novas lojas até o final deste ano. 

“Enxugar. Agilidade no seu time. Ter mais produtividade no seu time. Se atentar a mudanças de comportamento de consumo”, diz ele, ao Terra.

Para ele, a adaptação é uma questão de vida ou morte e, no caso dele, de sucesso. “Quem que vai abrir 180 lojas novas esse ano? Eu. Por quê? Porque a gente fez uma lição de casa, a gente criou marcas que são multiplicáveis”, comemorou Maia.

O mais recente lançamento da Chilli Beans foi a coleção em parceria com a marca de baralhos Copag. Apesar de tantas novidades, Caito Maia garante que tem muito a explorar no mercado de óculos, óculos escuros e relógio, logo, a diversificação do portfólio não é uma prioridade. 

“Existem marcas que praticamente faliram porque aumentaram o seu portfólio demais. Foco é tudo nessa vida”, decreta.

Novos hábitos de trabalho, e de consumo

Antagonicamente, o empresário que imprime jovialidade e novidade na comunicação, tanto a pessoal, quanto da marca, é veementemente contra o trabalho 100% remoto. A modalidade já despontou como favorita entre quem prefere a comodidade de não precisar ir ao escritório fazer o que poderia realizar de sua própria casa.

“As empresas que estão — e vou ser bem criticado por falar isso — 100% em home office estão com a performance caindo ‘de bico’. Tanto que a Amazon obrigou todo mundo a voltar, o Google obrigou todo mundo a voltar… A gente acredita no híbrido”, afirma Caito Maia. 

Segundo o empresário, cerca de 40% das pessoas que passam por processo seletivo para trabalhar na empresa “pulam fora” ao descobrir que o regime não é 100% remoto. No entanto, ele justifica a opção pelo trabalho de três dias na semana no escritório e dois de casa para conseguir “olhar no olho do time”. 

“Eu vou almoçar com o meu time, sentir o cheiro do meu time, conversar com o meu time, trocar ideia. Uma empresa que tem uma essência, uma marca de moda, tem essa coisa toda, ela precisa se encontrar, ela precisa se abraçar”, diz. 

Assim como é contra o trabalho 100% remoto, Caito Maia também não acredita no consumo exclusivamente via e-commerce. “Bobagem”, garante o empresário. Em sua avaliação, os pontos de venda físicos ainda são muito relevantes para os negócios.

“Você vê os e-commerces mundiais crescendo em percentuais irrelevantes, menos de dois dígitos”, acrescenta.

Fonte: Terra

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